Contratação pública by design

As organizações podem atuar no mercado da contratação pública em diferentes planos, em posições negociais opostas e, portanto, em distintas representações:

  • Podem ser consumidores de bens, serviços e obras | entidades adjudicantes;
  • Podem ser parceiros e colaboradores | contratos interadministrativos;
  • Podem ser fornecedores de bens, serviços e obras | adjudicatários.

Tomemos o exemplo de uma empresa local, a desenvolver operações para um qualquer município:

  • É adjudicatário do município;
  • É entidade adjudicante face ao operador económico que contrata.

Num mesmo processo global, uma mesma entidade assume as duas representações. Por isso, a organização tem de saber circular na infraestrutura da contratação pública em diferentes direções, propósitos e funções.

  • Estudar, compreender, apreender e discutir a lei… mas não «discutir com o legislador» (ele não está a ouvir);
  • Não consumir recursos a pesquisar as «lacunas», os «becos» legais e os «buracos» (que acabam por nos enterrar);
  • Evitar os otimismos imprudentes como «o que importa é fazer» ou «avançamos e depois logo se vê» (só para os desportistas radicais que, perante o abismo, dão o passo em frente).

  • Perceber os fundamentos, os objetivos e a razão de ser da infraestrutura de contratação pública em que operam e circulam;
  • Aceitar que o processo – de contratação pública – é e está intrínseco associado ao resultado e objetivo a prosseguir;
  • Pensar, conceber, desenhar, planear, envolver, negociar, gerir;
  • Monitorizar, reavaliar, repensar, replanear, executar.

O desenho da organização de uma forma alinhada com a infraestrutura da contratação pública permitirá superar o choque de uma cultura organizacional mal adaptada ao contexto e desenhar processos vocacionados para produzir contratação pública com qualidade, eficácia e eficiência.

Deixe um comentário